Jornal Vascular Brasileiro
https://www.jvascbras.org/article/doi/10.1590/1677-5449.000716
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Perfil das alterações vasculares periféricas em dependentes de crack acompanhados em Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS-AD)

Profile of peripheral vascular changes in crack-cocaine addicts receiving treatment at a Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs

Antônio Fagundes da Costa Júnior; Leonardo Rodrigo Baldaçara; Sílvio Alves da Silva; Ana Célia de Freitas Ramos Tavares; Ederson de Freitas Orsolin; Vinícius Barros Prehl; Fernando Hirohito Beltran Gondo; Hernani Lopes Santana

Downloads: 1
Views: 871

Resumo

Resumo Contexto O consumo de crack é um dos grandes desafios em saúde pública, e o uso dessa droga tem efeitos diretos na saúde de seus usuários. Objetivos Avaliar o perfil das alterações vasculares em pacientes com dependência de crack em Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS-AD) e observar os possíveis efeitos vasculares periféricos. Métodos Trata-se de um estudo observacional, descritivo, de corte transversal. Os pacientes da amostra foram submetidos a um questionário objetivo para avaliar questões demográficas, padrão de uso da droga, coexistência de diabetes melito, hipertensão arterial ou tabagismo, exame físico e ecográfico. Os dados foram sumarizados e analisados estatisticamente com teste qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Resultados A média de idade da amostra foi de 33,29 (±7,15) anos, e 74% eram do gênero masculino. A média de idade de início de uso da droga foi de 23,4 (±7,78) anos, com tempo médio de uso de 9,58 (±5,64) anos. O consumo médio diário de pedras de crack foi de 21,45 (±8,32) pedras. A alteração de pulsos em membros inferiores foi mais frequente em mulheres. A prevalência do espessamento da parede arterial nos membros inferiores foi de 94,8%. O tempo de uso da droga apresentou associação estatística (p = 0,0096) com alteração do padrão de curva espectral das artérias dos membros inferiores. Conclusões Há alterações vasculares periféricas em usuários de crack. O tempo de uso da droga exerceu um maior impacto nesse sistema, o que sugere associação entre o uso do crack e a diminuição de fluxo arterial.

Palavras-chave

crack, doença arterial periférica, abuso de drogas

Abstract

Abstract Background Consumption of crack is one of the major challenges in public health and taking this drug has direct effects on the health of those who use it. Objectives To evaluate the profile of vascular abnormalities in patients receiving treatment for crack dependency at a Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs and to observe possible peripheral vascular effects. Methods The study design is observational, descriptive and cross-sectional. An objective questionnaire was administered to the patients in the sample to collect data on demographic details; drug use profile; and concomitant diabetes mellitus, arterial hypertension and/or smoking; and physical and ultrasound examinations were conducted. Data were summarized and analyzed statistically with the chi-square test or Fisher’s exact test. Results The mean age of the sample was 33.29 (±7.15) years, and 74% were male. Mean age at onset of drug use was 23.4 (±7.78) years and mean time since onset was 9.58 (±5.64) years. Mean consumption of crack rocks was 21.45 (±8.32) per day. The rate of abnormal lower limb pulses was higher among women. The prevalence of artery wall thickening in lower limbs was 94.8%. Time since starting to use crack exhibited a statistically significant association (p = 0.0096) with abnormalities in the spectral curve profiles of lower limb arteries. Conclusions Crack users exhibit peripheral vascular disorders. Length of time since starting to use the drug had the greatest impact on this system, suggesting an association between crack use and reduced arterial flow.

Keywords

crack, peripheral arterial disease, drug abuse

References

Ferri CP. Cocaína: padrão de consumo e fatores associados à procura de tratamento. 1999.

Ribeiro M, Dunn J, Laranjeira R, Sesso R. High mortality among young crack cocaine users in Brazil: a 5-year follow-up study. Addiction. 2004;99(9):1133-5.

Volpe FM, Tavares A, Vargas AP, Rocha PR. Vasculite cerebral e uso de cocaína e crack. Rev Bras Psiquiatr. 1999;21(3):174-6.

Kaku DA, Lowenstein DH. Emergence of recreational drug abuse as a major risk factor for stroke in young adults. Ann Intern Med. 1990;113(11):821-7.

Brust JCM, Richter RW. Stroke associated with cocaine abuse. N Y State J Med. 1977;77(9):1473-5.

Levine SR, Brust JC, Futrell N. A comparative study of cerebrovascular complications of cocaine: alkaloidal versus hidroclohride - a review. Neurology. 1991;41(8):1173-7.

Lisse JR, Thurmond-Anderle M, Davis CP. Deep venous thrombosis in intravenous cocaine abuse mimicking septic arthritis of the shoulder. South Med J. 1991;84(2):278-9.

Oliveira JJ, Silva SR. Infarto agudo do miocárdio em jovem secundário ao uso de crack. Arq Bras Cardiol. 1996;67(3):175-8.

Zhou W, Lin PH, Bush RL, Nguyen L, Lumsden AB. Acute arterial thrombosis associated with cocaine abuse. J Vasc Surg. 2004;40(2):291-5.

Dhawan SS, Wang BW. Four-extremity gangrene associated with crack cocaine abuse. Ann Emerg Med. 2007;49(2):186-9.

Torres AG, Machado EG, Lopes TS. Prevalência de alterações do índice tornozelo-braço em indivíduos portadores assintomáticos de doença arterial obstrutiva periférica. Rev Bras Cardiol.. 2012;25(2):87-93.

Gabriel SA, Serafim PH, Freitas CE. Doença arterial obstrutiva periférica e índice tornozelo-braço em pacientes submetidos à angiografia coronariana. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2007;22(1):49-59.

Maffei FH. Diagnóstico clínico das doenças arteriais periféricas doenças vasculares periféricas. 2016:248-64.

Duailibi LB, Ribeiro M, Laranjeira R. Profile of cocaine and crack users in Brazil. Cad Saude Publica. 2008;24(^sSuppl 4):S545-57.

José Carlos Costa Baptista Silva. 2011.

Norgren L, Hiatt WR, Dormandy JA. Inter-society consensus for the management of peripheral arterial disease (TASC II). J Vasc Surg. 2007;45(1^sSuppl):S5-67.

Panetta T, Thompson JE, Talkington CM, Garret WV, Smith BL. Arterial embolectomy: a 34-year experience with 400 cases. Surg Clin North Am. 1986;66(2):339-53.

Wolosker N, Kusniec S, Gaudêncio A. Embolia de membros superiores. Cir Vasc Angiol. 1996;12:120-4.

Panico MDB, Spichler ES, Neves MF, Pinto LW, Spichler D. Prevalência e fatores de risco da doença arterial periférica sintomática e assintomática em hospital terciário, Rio de Janeiro, Brasil. J Vasc Bras. 2009;8(2):125-32.

Hoogwegt MT, Hoeks SE, Pedersen SS. Smoking cessation has no influence on quality of life in patients with peripheral arterial disease 5 years post-vascular surgery. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2010;40(3):355-62.

Balbir-Gurman A, Braun-Moscovici Y, Nahir AM. Cocaine-Induced Raynaud’s Fenomenon and Ischaemic Finger Necrosis. Clin Rheumatol. 2001;20(5):376-8.

Newman AB, Tyrrell KS, Kuller LH. Mortality over four years in SHEP participants with a low ankle-arm index. J Am Geriatr Soc. 1997;45(12):1472-8.

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5de6bd010e88254524e3e9cf jvb Articles
Links & Downloads

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections