Jornal Vascular Brasileiro
https://www.jvascbras.org/article/doi/10.1590/1677-5449.202300071
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Adequação da estratificação de risco e da profilaxia do tromboembolismo venoso em hospital universitário terciário

Adequacy of venous thromboembolism risk stratification and prophylaxis in a tertiary university hospital

Edvaldo Luiz Ramalli Junior; Marcelo Bellini Dalio; Maurício Serra Ribeiro; Edwaldo Edner Joviliano

Downloads: 0
Views: 363

Resumo

Resumo: Contexto: O tromboembolismo venoso (TEV) é a terceira doença cardiovascular mais comum e a principal causa de óbito evitável em pacientes internados. Apesar de diretrizes bem estabelecidos na literatura, a profilaxia dessa afecção ainda é subutilizada. Estudos apontam taxa de adequação da profilaxia próxima de 50% mundialmente.

Objetivos: Avaliar a adequação da estratificação de risco e da prescrição de medidas de profilaxia do TEV em um hospital universitário terciário.

Métodos: Estudo transversal observacional realizado através da coleta de dados de prontuário. Foram incluídos pacientes adultos internados em diferentes especialidades e divididos em grupos cirúrgico e clínico. A estratificação de risco de TEV realizada pelos médicos assistentes foi comparada com a realizada pelos médicos pesquisadores, com base nas diretrizes recentes. A prescrição de medidas de profilaxia realizadas pelos médicos assistentes foi comparada com as recomendações das diretrizes, obtendo assim a taxa de adequação da profilaxia.

Resultados: Foram avaliados 400 pacientes, sendo 169 (42,3%) cirúrgicos e 231 (57,7%) clínicos. A taxa geral de adequação da estratificação foi de 50,8%. Nos grupos cirúrgico e clínico, as taxas de adequação foram respectivamente 39,1% e 59,3% (p < 0,0001). A taxa geral de adequação da profilaxia foi de 71,5%, enquanto no grupo cirúrgico foi de 78,1% e no grupo clínico de 66,7% (p = 0,0137).

Conclusões: A adequação da estratificação de risco para TEV foi baixa, demonstrando a pouca conscientização dos médicos assistentes sobre esse problema. No entanto, as taxas de adequação da prescrição de medidas de profilaxia estão superiores às de dados globais.

Palavras-chave

tromboembolismo venoso, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, fatores de risco, prevenção de doenças

Keywords

venous thromboembolism; deep vein thrombosis; pulmonary embolism; risk factors; disease prevention

References

1 Blann AD, Lip GYH. Venous thromboembolism. BMJ. 2006;332(7535):215-9. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.332.7535.215. PMid:16439400.

2 Guyatt GH, Eikelboom JW, Gould MK, et al. Approach to outcome measurement in the prevention of thrombosis in surgical and medical patients. Chest. 2012;141(2, Suppl):e185S-94S. http://dx.doi.org/10.1378/chest.11-2289. PMid:22315260.

3 Caprini JA, Arcelus JI, Reyna JJ. Effective risk stratification of surgical and nonsurgical patients for venous thromboembolic disease. Semin Hematol. 2001;38(2, Suppl 5):12-9. http://dx.doi.org/10.1053/shem.2001.25184. PMid:11449339.

4 Barbar S, Noventa F, Rossetto V, et al. A risk assessment model for the identification of hospitalized medical patients at risk for venous thromboembolism: the Padua Prediction Score. J Thromb Haemost. 2010;8(11):2450-7. http://dx.doi.org/10.1111/j.1538-7836.2010.04044.x. PMid:20738765.

5 Maffei FHA, Caiafa JS, Ramacciotti E, Castro AA. Normas de orientação clínica para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da trombose venosa profunda. J Vasc Bras. 2005;4(Suppl 3):S205-20.

6 Albricker ACL, Freire CMV, dos Santos SN, et al. Diretriz Conjunta sobre Tromboembolismo Venoso - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;118(4):797-857. http://dx.doi.org/10.36660/abc.20220213. PMid:35508060.

7 Stinnett JM, Pendleton R, Skordos L, Wheeler M, Rodgers GM. Venous thromboembolism prophylaxis in medically ill patients and the development of strategies to improve prophylaxis rates. Am J Hematol. 2005;78(3):167-72. http://dx.doi.org/10.1002/ajh.20281. PMid:15726600.

8 Jacobson BF, Louw S, Büller H, et al. Venous thromboembolism: prophylactic and therapeutic practice guideline. S Afr Med J. 2013;103(4 Pt 2):261-7. http://dx.doi.org/10.7196/SAMJ.6706. PMid:23547704.

9 Caiafa JS, Bastos M. Programa de profilaxia do tromboembolismo venoso do Hospital Naval Marcílio Dias: um modelo de educação continuada. J Vasc Bras. 2002;1:103-12.

10 Engelhorn ALV, Garcia ACF, Cassou MF, Birchholz L, Engelhorn CA. Profilaxia da trombose venosa profunda - estudo epidemiológico em um hospital escola. J Vasc Bras. 2002;1:97-102.

11 Andrade EO, Binda FA, Silva AMM, Costa TDA, Fernandes MC, Fernandes MC. Fatores de risco e profilaxia para tromboembolismo venoso em hospitais da cidade de Manaus. J Bras Pneumol. 2009;35(2):114-21. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132009000200003. PMid:19287913.

12 Carneiro JLA, Targueta GP, Marino LO. Avaliação da profilaxia do tromboembolismo venoso em hospital de grande porte. Rev Col Bras Cir. 2010;37(3):204-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912010000300008. PMid:21079893.

13 Garcia ACF, Souza BV, Volpato DE, et al. Realidade do uso da profilaxia para trombose venosa profunda: da teoria à prática. J Vasc Bras. 2005;4:35-41.

14 Marchi C, Schlup IB, Lima CA, Schlup HA. Avaliação da profilaxia da trombose venosa profunda em um Hospital Geral. J Vasc Bras. 2005;4:171-5.

15 Rocha ATC, Paiva EF, Araújo DM, et al. Impacto de um programa para profilaxia de tromboembolismo venoso em pacientes clínicos em quatro hospitais de Salvador. Rev Assoc Med Bras. 2010;56(2):197-203. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302010000200019. PMid:20498995.

16 Machado NLB, Leite TL, Pitta GBB. Freqüência da profilaxia mecânica para trombose venosa profunda em pacientes internados em uma unidade de emergência de Maceió. J Vasc Bras. 2008;7(4):333-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000400008.

17 Franco RM, Simezo V, Bortoleti RR, et al. Profilaxia para tromboembolismo venoso em um hospital de ensino. J Vasc Bras. 2006;5(2):131-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492006000200009.

18 Pereira CA, Brito SS, Martins AS, Almeida CM. Profilaxia da trombose venosa profunda: aplicação prática e conhecimento teórico em um hospital geral. J Vasc Bras. 2008;7(1):18-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000100005.

19 Engelhorn CA, Nardelli J, Iwamura APD, Salgado LSA, Hartmann MO, Witt NC. Profilaxia medicamentosa da trombose venosa profunda em pacientes submetidos à cirurgia do trauma em um hospital universitário. J Vasc Bras. 2012;11(2):97-101. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492012000200005.

20 Goldhaber SZ. DVT Prevention: what is happening in the “real world”? Semin Thromb Hemost. 2003;29(Suppl 1):23-31. http://dx.doi.org/10.1055/s-2003-45414. PMid:14730475.

21 Deheinzelin D, Braga AL, Martins LC, et al. Incorrect use of thromboprophylaxis for venous thromboembolism in medical and surgical patients: results of a multicentric, observational and cross-sectional study in Brazil. J Thromb Haemost. 2006;4(6):1266-70. http://dx.doi.org/10.1111/j.1538-7836.2006.01981.x. PMid:16706970.

22 Spyropoulos AC, Hurley JS, Ciesla GN, Lissovoy G. Management of acute proximal deep vein thrombosis. Chest. 2002;122(1):108-14. http://dx.doi.org/10.1378/chest.122.1.108. PMid:12114345.

23 Cohen AT, Tapson VF, Bergmann JF, et al. Venous thromboembolism risk and prophylaxis in the acute hospital care setting (ENDORSE study): a multinational cross-sectional study. Lancet. 2008;371(9610):387-94. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(08)60202-0. PMid:18242412.

24 Spencer FA, Lessard D, Emery C, Reed G, Goldberg RJ. Venous thromboembolism in the outpatient setting. Arch Intern Med. 2007;167(14):1471-5. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.167.14.1471. PMid:17646600.

25 Curtarelli A, Correia e Silva LP, Camargo PAB, et al. Profilaxia de tromboembolismo venoso, podemos fazer melhor? Perfil de risco e profilaxia de tromboembolismo venoso em Hospital Universitário do interior do Estado de São Paulo. J Vasc Bras. 2019;18:e20180040. http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.004018. PMid:31236100.

26 Bastos M, Barreto SM, Caiafa JS, Rezende SM. Tromboprofilaxia: recomendações médicas e programas hospitalares. Rev Assoc Med Bras. 2011;57(1):88-99. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100022. PMid:21390465.

27 Heit JA, O’Fallon WM, Petterson TM, et al. Relative impact of risk factors for deep vein thrombosis and pulmonary embolism: a population-based study. Arch Intern Med. 2002;162(11):1245-8. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.162.11.1245. PMid:12038942.

28 Baer C, Bobato C, Carvalho M, et al. Avaliação da profilaxia medicamentosa do tromboembolismo venoso. Rev Bras Clin Med. 2012;10:372-6.

29 Anderson FA Jr, Wheeler HB, Goldberg RJ, et al. A population-based perspective of the hospital incidence and case-fatality rates of deep vein thrombosis and pulmonary embolism. The Worcester DVT Study. Arch Intern Med. 1991;151(5):933-8. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.1991.00400050081016. PMid:2025141.
 


Submitted date:
01/20/2023

Accepted date:
04/23/2023

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
64b6d3b5a95395516710f4e2 jvb Articles
Links & Downloads

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections