Jornal Vascular Brasileiro
https://www.jvascbras.org/article/doi/10.1590/1677-5449.202300071
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Adequação da estratificação de risco e da profilaxia do tromboembolismo venoso em hospital universitário terciário

Downloads: 0
Views: 1215
Resumo: Contexto: O tromboembolismo venoso (TEV) é a terceira doença cardiovascular mais comum e a principal causa de óbito evitável em pacientes internados. Apesar de diretrizes bem estabelecidos na literatura, a profilaxia dessa afecção ainda é subutilizada. Estudos apontam taxa de adequação da profilaxia próxima de 50% mundialmente.

Objetivos: Avaliar a adequação da estratificação de risco e da prescrição de medidas de profilaxia do TEV em um hospital universitário terciário.

Métodos: Estudo transversal observacional realizado através da coleta de dados de prontuário. Foram incluídos pacientes adultos internados em diferentes especialidades e divididos em grupos cirúrgico e clínico. A estratificação de risco de TEV realizada pelos médicos assistentes foi comparada com a realizada pelos médicos pesquisadores, com base nas diretrizes recentes. A prescrição de medidas de profilaxia realizadas pelos médicos assistentes foi comparada com as recomendações das diretrizes, obtendo assim a taxa de adequação da profilaxia.

Resultados: Foram avaliados 400 pacientes, sendo 169 (42,3%) cirúrgicos e 231 (57,7%) clínicos. A taxa geral de adequação da estratificação foi de 50,8%. Nos grupos cirúrgico e clínico, as taxas de adequação foram respectivamente 39,1% e 59,3% (p < 0,0001). A taxa geral de adequação da profilaxia foi de 71,5%, enquanto no grupo cirúrgico foi de 78,1% e no grupo clínico de 66,7% (p = 0,0137).

Conclusões: A adequação da estratificação de risco para TEV foi baixa, demonstrando a pouca conscientização dos médicos assistentes sobre esse problema. No entanto, as taxas de adequação da prescrição de medidas de profilaxia estão superiores às de dados globais.
tromboembolismo venoso, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, fatores de risco, prevenção de doenças
venous thromboembolism; deep vein thrombosis; pulmonary embolism; risk factors; disease prevention

1 Blann AD, Lip GYH. Venous thromboembolism. BMJ. 2006;332(7535):215-9. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.332.7535.215. PMid:16439400.

2 Guyatt GH, Eikelboom JW, Gould MK, et al. Approach to outcome measurement in the prevention of thrombosis in surgical and medical patients. Chest. 2012;141(2, Suppl):e185S-94S. http://dx.doi.org/10.1378/chest.11-2289. PMid:22315260.

3 Caprini JA, Arcelus JI, Reyna JJ. Effective risk stratification of surgical and nonsurgical patients for venous thromboembolic disease. Semin Hematol. 2001;38(2, Suppl 5):12-9. http://dx.doi.org/10.1053/shem.2001.25184. PMid:11449339.

4 Barbar S, Noventa F, Rossetto V, et al. A risk assessment model for the identification of hospitalized medical patients at risk for venous thromboembolism: the Padua Prediction Score. J Thromb Haemost. 2010;8(11):2450-7. http://dx.doi.org/10.1111/j.1538-7836.2010.04044.x. PMid:20738765.

5 Maffei FHA, Caiafa JS, Ramacciotti E, Castro AA. Normas de orientação clínica para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da trombose venosa profunda. J Vasc Bras. 2005;4(Suppl 3):S205-20.

6 Albricker ACL, Freire CMV, dos Santos SN, et al. Diretriz Conjunta sobre Tromboembolismo Venoso - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;118(4):797-857. http://dx.doi.org/10.36660/abc.20220213. PMid:35508060.

7 Stinnett JM, Pendleton R, Skordos L, Wheeler M, Rodgers GM. Venous thromboembolism prophylaxis in medically ill patients and the development of strategies to improve prophylaxis rates. Am J Hematol. 2005;78(3):167-72. http://dx.doi.org/10.1002/ajh.20281. PMid:15726600.

8 Jacobson BF, Louw S, Büller H, et al. Venous thromboembolism: prophylactic and therapeutic practice guideline. S Afr Med J. 2013;103(4 Pt 2):261-7. http://dx.doi.org/10.7196/SAMJ.6706. PMid:23547704.

9 Caiafa JS, Bastos M. Programa de profilaxia do tromboembolismo venoso do Hospital Naval Marcílio Dias: um modelo de educação continuada. J Vasc Bras. 2002;1:103-12.

10 Engelhorn ALV, Garcia ACF, Cassou MF, Birchholz L, Engelhorn CA. Profilaxia da trombose venosa profunda - estudo epidemiológico em um hospital escola. J Vasc Bras. 2002;1:97-102.

11 Andrade EO, Binda FA, Silva AMM, Costa TDA, Fernandes MC, Fernandes MC. Fatores de risco e profilaxia para tromboembolismo venoso em hospitais da cidade de Manaus. J Bras Pneumol. 2009;35(2):114-21. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132009000200003. PMid:19287913.

12 Carneiro JLA, Targueta GP, Marino LO. Avaliação da profilaxia do tromboembolismo venoso em hospital de grande porte. Rev Col Bras Cir. 2010;37(3):204-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912010000300008. PMid:21079893.

13 Garcia ACF, Souza BV, Volpato DE, et al. Realidade do uso da profilaxia para trombose venosa profunda: da teoria à prática. J Vasc Bras. 2005;4:35-41.

14 Marchi C, Schlup IB, Lima CA, Schlup HA. Avaliação da profilaxia da trombose venosa profunda em um Hospital Geral. J Vasc Bras. 2005;4:171-5.

15 Rocha ATC, Paiva EF, Araújo DM, et al. Impacto de um programa para profilaxia de tromboembolismo venoso em pacientes clínicos em quatro hospitais de Salvador. Rev Assoc Med Bras. 2010;56(2):197-203. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302010000200019. PMid:20498995.

16 Machado NLB, Leite TL, Pitta GBB. Freqüência da profilaxia mecânica para trombose venosa profunda em pacientes internados em uma unidade de emergência de Maceió. J Vasc Bras. 2008;7(4):333-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000400008.

17 Franco RM, Simezo V, Bortoleti RR, et al. Profilaxia para tromboembolismo venoso em um hospital de ensino. J Vasc Bras. 2006;5(2):131-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492006000200009.

18 Pereira CA, Brito SS, Martins AS, Almeida CM. Profilaxia da trombose venosa profunda: aplicação prática e conhecimento teórico em um hospital geral. J Vasc Bras. 2008;7(1):18-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000100005.

19 Engelhorn CA, Nardelli J, Iwamura APD, Salgado LSA, Hartmann MO, Witt NC. Profilaxia medicamentosa da trombose venosa profunda em pacientes submetidos à cirurgia do trauma em um hospital universitário. J Vasc Bras. 2012;11(2):97-101. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492012000200005.

20 Goldhaber SZ. DVT Prevention: what is happening in the “real world”? Semin Thromb Hemost. 2003;29(Suppl 1):23-31. http://dx.doi.org/10.1055/s-2003-45414. PMid:14730475.

21 Deheinzelin D, Braga AL, Martins LC, et al. Incorrect use of thromboprophylaxis for venous thromboembolism in medical and surgical patients: results of a multicentric, observational and cross-sectional study in Brazil. J Thromb Haemost. 2006;4(6):1266-70. http://dx.doi.org/10.1111/j.1538-7836.2006.01981.x. PMid:16706970.

22 Spyropoulos AC, Hurley JS, Ciesla GN, Lissovoy G. Management of acute proximal deep vein thrombosis. Chest. 2002;122(1):108-14. http://dx.doi.org/10.1378/chest.122.1.108. PMid:12114345.

23 Cohen AT, Tapson VF, Bergmann JF, et al. Venous thromboembolism risk and prophylaxis in the acute hospital care setting (ENDORSE study): a multinational cross-sectional study. Lancet. 2008;371(9610):387-94. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(08)60202-0. PMid:18242412.

24 Spencer FA, Lessard D, Emery C, Reed G, Goldberg RJ. Venous thromboembolism in the outpatient setting. Arch Intern Med. 2007;167(14):1471-5. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.167.14.1471. PMid:17646600.

25 Curtarelli A, Correia e Silva LP, Camargo PAB, et al. Profilaxia de tromboembolismo venoso, podemos fazer melhor? Perfil de risco e profilaxia de tromboembolismo venoso em Hospital Universitário do interior do Estado de São Paulo. J Vasc Bras. 2019;18:e20180040. http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.004018. PMid:31236100.

26 Bastos M, Barreto SM, Caiafa JS, Rezende SM. Tromboprofilaxia: recomendações médicas e programas hospitalares. Rev Assoc Med Bras. 2011;57(1):88-99. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100022. PMid:21390465.

27 Heit JA, O’Fallon WM, Petterson TM, et al. Relative impact of risk factors for deep vein thrombosis and pulmonary embolism: a population-based study. Arch Intern Med. 2002;162(11):1245-8. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.162.11.1245. PMid:12038942.

28 Baer C, Bobato C, Carvalho M, et al. Avaliação da profilaxia medicamentosa do tromboembolismo venoso. Rev Bras Clin Med. 2012;10:372-6.

29 Anderson FA Jr, Wheeler HB, Goldberg RJ, et al. A population-based perspective of the hospital incidence and case-fatality rates of deep vein thrombosis and pulmonary embolism. The Worcester DVT Study. Arch Intern Med. 1991;151(5):933-8. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.1991.00400050081016. PMid:2025141.
 


Submitted date:
01/20/2023

Accepted date:
04/23/2023

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
64b6d3b5a95395516710f4e2 jvb Articles
Links & Downloads

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections