Jornal Vascular Brasileiro
https://www.jvascbras.org/article/doi/10.1590/S1677-54492008000400007
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Avaliação do volume de fluxo venoso da bomba sural por ultra-sonografia Doppler durante cinesioterapia ativa e passiva: um estudo piloto

Evaluation of venous flow volume of the calf muscle pump by Doppler ultrasound during active and passive kinesiotherapy: a pilot study

Carmindo Carlos Cardoso Campos; Patrícia Cavalcanti de Albuquerque; Ivson José da Silva Braga

Downloads: 0
Views: 859

Resumo

CONTEXTO: O fisioterapeuta na unidade hospitalar atua sobre os efeitos da hipoatividade ou inatividade do paciente acamado. Na prática diária, a contração do músculo da panturrilha é difundida entre os profissionais de saúde no ambiente hospitalar, principalmente nos períodos de pré e pós-operatório, como forma de diminuir a estase venosa e os riscos de trombose venosa profunda nos membros inferiores. OBJETIVO: Avaliar o volume de fluxo venoso na bomba sural, através de ultra-sonografia doppler, durante cinesioterapia ativa e passiva (flexão plantar do tornozelo). MÉTODOS: A amostra foi constituída por 30 indivíduos escolhidos aleatoriamente e submetidos a ultra-sonografia doppler da veia poplítea direita, visando mensurar o volume de fluxo sanguíneo em quatro momentos: repouso, compressão manual da panturrilha, movimentação passiva e ativa do tornozelo em flexão plantar. Na análise dos resultados, utilizou-se o teste t, sendo utilizado um valor de p < 0,05 como índice de significância estatística. RESULTADOS: Na amostra constituída, 16 eram do sexo feminino e 14 do sexo masculino, apresentando as seguintes médias: idade (31,57 anos), altura (1,68 m), peso (68,25 kg) e índice de massa corporal (24,16). Na análise estatística, a flexão plantar do tornozelo realizada de forma passiva, quando comparada ao valor basal, é significante (p < 0,000056) em relação à ativação da bomba sural, embora não tanto quanto o exercício ativo (p < 0,0000016). Também mostrou significância a compressão manual do músculo tríceps sural em relação ao exercício passivo (p < 0,000000081). CONCLUSÃO: Neste estudo, a flexão plantar do tornozelo de forma ativa mostrou-se estatisticamente mais eficaz do que a passiva na ativação da bomba sural, aumentando o volume do fluxo de sangue na veia poplítea e diminuindo a estase venosa nos membros inferiores.

Palavras-chave

Fisioterapia, bomba sural, ultra-sonografia Doppler em cores

Abstract

BACKGROUND: In-hospital physical therapists work on the effects of hypoactivity or inactivity of bedridden patients. In daily practice, contraction of the calf muscle is commonly performed by health professionals in hospitals, especially in pre- and post-operative periods as a form of reducing venous stasis and risk of deep venous thrombosis in the lower limbs. OBJECTIVE: To assess venous flow volume at the calf muscle pump using color Doppler ultrasound during active and passive kinesiotherapy (ankle plantar flexion). METHODS: The sample consisted of 30 individuals randomly selected and submitted to color Doppler ultrasound of the right popliteal vein, aiming to measure blood flow volume in four periods: rest, manual calf compression, active and passive ankle movement in plantar flexion. The t test was used for statistical analysis, and p < 0.05 was used as an index of statistical significance. RESULTS: The sample consisted of 16 females and 14 males. Means were as follows: age (31.57 years), height (1.68 m), weight (68.25 kg), and body mass index (24.16). Statistical analysis showed that passive ankle plantar flexion was significant when compared to baseline (p < 0.000056) as to calf pump muscle activation, although not as much as active exercise (p < 0.0000016). Manual compression of the triceps surae muscle in relation to passive exercise was also significant (p < 0.000000081). CONCLUSION: In this study, active ankle plantar flexion proved statistically more effective than passive exercise in calf muscle pump activation, increasing blood flow volume in the popliteal vein and minimizing venous stasis in the lower limbs.

Keywords

Physical therapy, calf muscle pump, color Doppler ultrasound

References

Toralles-Pereira ML, Sardenberg T, Mendes HWB, Oliveira RA. Communication in health: some reflections based on the perception of debridden patients in a nursery. Cienc Saude Coletiva. 2004;9:1013-22.

Paddon-Jones D, Wolfe RR, Ferrando AA. Amino acid supplementation for reversing bed rest and steroid myopathies. J Nutr. 2005;135:1809S-12S.

Andrews JR, Harrelson GL, Wilk KE. Reabilitação física das lesões esportivas. 2000.

Custaud MA, de Souza Neto EP, Abry P. Orthostatic tolerance and spontaneous baroreflex sensitivity in men versus woman after 7 days of head-down bed rest. Auton Neurosci. 2002;100:66-76.

Kortebein P, Ferrando A, Lombeida J, Wolfe R, Evans WJ. Effect of 10 days of bed rest on skeletal muscle in healthy older adults. JAMA. 2007:1772-4.

Suesada MM, Martins MA, Carvalho CRF. Effect of short-term hospitalization on functional capacity in patients not restricted to bed. Am J Phys Med Rehab. 2007;86:455-62.

Krasnoff J, Painter P. The physiological consequences of bed rest and inactivity. Adv Ren Replace Ther. 1999;6:124-32.

Pitta F, Troosters T, Probst VS, Spruit MA, Decramer M, Gosselink R. Physical activity and hospitalization for exacerbation of COPD. Chest. ;200(129):536-44.

Barreto SSM, Silva PM, Faccin CS, Theil AL, Nunes AH, Pinheiro CTS. Profilaxia para tromboembolia venosa em uma unidade de tratamento intensivo. J Pneumol. 2000;26:15-9.

Barreto SSM, Faccin CS, Silva PM, Centeno LP, Gazzana MB. Estratificação de risco e profilaxia para tromboembolia venosa em pacientes internados em hospital geral universitário. J Pneumol. 1998;24:298-303.

Machado FS, Martins MA, Caramelli B. Perioperatório: procedimentos clínicos. 2004.

Booth M. Effects of limb immobilization on skeletal muscle. J Appl Physiol. 1982;52:1113-8.

Artiles EM, Rodrigues M, Suárez G. El estándar de cuidados del alto riesgo de síndrome de desuso. Rev Cubana Enferm. 1997;13:54-9.

Biolo G, Maggi SP, Williams BD, Tipton KD, Wolfe RR. Increased rates of muscle protein turnover and amino acid transport following resistance exercise in humans. Am J Physiol. 1995;268:514-20.

Oliveira MSCM, Haddad ES, Koyama RCC. Síndrome da imobilização. Medicina de reabilitação aplicada à ortopedia e traumatologia. 1999:381-98.

Kannus P, Jozsa L, Jarvinen TL. Free mobilization and low-to-high-intensity exercise in immobilization-induced muscle atrophy. J Appl Physiol. 1998;84:1418-24.

Molz AB, Heyduck B, Lill H, Spanuth E, Röcker L. The effect of different exercise intensities on the fibrinolytic system. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. 1993;67:298-304.

O"Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2004.

Lima RCM, Santiago L, Moura RMF. Efeitos do fortalecimento muscular da panturrilha na hemodinâmica venosa e na qualidade de vida em um portador de insuficiência venosa crônica. J Vasc Bras. 2002:219-26.

Sacchi AA, Castro AA, Pitta GBB, Miranda Júnior F. Avaliação da bomba muscular da panturrilha em pacientes portadores de varizes primárias dos membros inferiores através da pletismografia a ar. J Vasc Bras. 2007;6:25-34.

Cassone A, Viegas AC, Sguizzatto GT. Trombose venosa profunda em artroplastia total de quadril. Rev Bras Ortop. 2002;37:153-61.

Albuquerque HPC, Vidal PC. Trombose venosa profunda: revisão dos conceitos atuais. Rev Bras Ortop. 1996;31:851-6.

Francis CW. Clinical practice: Prophylaxis for thromboembolism in hospitalized medical patients. N Engl J Med.. 2007;356:1438-45.

Marques LJ. Tromboembolismo pulmonar. .

Fortes VB, Rollo HA, Júnior ATF. Avaliação do modelo de predição clínica de Wells no diagnóstico da trombose venosa profunda dos membros inferiores. J Vasc Bras. 2007;6:7-16.

Cohen MP, Catalan J, Piovesan A, Chojniak R, Del Giglio A. Prospective evaluation of clinical and Doppler ultrasound characteristics of cancer patients with suspicion of deep venous thrombosis. Rev Assoc Med Bras. 2006;52:360-4.

Anaya DA, Nathens AB. Thrombosis and coagulation: deep vein thrombosis and pulmonary embolism prophylaxis. Surg Clin North Am. 2005;85:1163-77.

Geerts WH, Pineo GF, Heit JA. Prevention of venous thromboembolism: the Seventh ACCP Conference on Antithrombotic and Thrombolytic Therapy. Chest. 2004;126(3^sSuppl):338S-400S.

Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 2002.

Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2005.

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5ddd460a0e8825664b1da3ea jvb Articles
Links & Downloads

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections