Jornal Vascular Brasileiro
https://www.jvascbras.org/article/doi/10.1590/S1677-54492009005000008
Jornal Vascular Brasileiro
Review Article

Envolvimento macrovascular e esclerose sistêmica

Emmanuelle Tenório Albuquerque Madruga Godoi; Alexandre Domingues Barbosa; Juannicelle Tenório Albuquerque Madruga Godoi; Mariana Atanásio Morais Ramos; Jocelene Tenório Albuquerque Madruga Godoi; Silvio Romero de Barros Marques; Ângela Luzia Branco Pinto Duarte

Downloads: 0
Views: 976

Resumo

Este artigo tem como objetivo revisar os aspectos descritos na literatura sobre o acometimento da macrovasculatura na esclerose sistêmica e avaliar a ocorrência e distribuição das alterações macrovasculares nos pacientes com esclerose sistêmica através do eco-Doppler e do índice tornozelo-braço, além da associação desses achados com as características demográficas, forma clínica, tempo de evolução da doença, fenômeno de Raynaud (FR), alterações digitais, ulcerações de membros, reabsorção de falange, amputação, bem como fatores de risco e antecedentes da doença ateromatosa. O estudo foi prospectivo, do tipo série de casos, constituído de 20 pacientes, sendo 19 do sexo feminino, com idade média de 46,30 anos. Todos os pacientes tinham fenômeno de Raynaud objetivo, 85% a forma clínica difusa, 55% alteração de polpa digital, 15% úlcera atual de membros, 25% reabsorção de falange, nenhuma amputação e 70% de um a quatro fatores de risco. Foram estudadas pelo eco-Doppler as artérias aorta e carótida, dos membros inferiores e superiores, para a avaliação de espessamento do complexo íntimo-medial e presença de placas e aneurismas. Nas artérias dos membros inferiores, foi também realizado o índice tornozelo-braço. O índice tornozelo-braço foi normal em todos os pacientes; entretanto, 12 (60%) destes apresentaram doença macrovascular pelo eco-Doppler, sendo nove (45%) na aorta, seis (30%) nas carótidas, uma (5%) nas artérias dos membros superiores e sete (35%) nas dos membros inferiores. Observou-se associação entre doença macrovascular e alterações de polpas digitais (p = 0,0045). A doença macrovascular foi identificada em 60% dos pacientes através do eco-Doppler, mas não pelo índice tornozelo-braço, que foi normal em todos. Verificou-se associação significante da doença macrovascular com as alterações atuais de polpas digitais, o que não ocorreu com as demais variáveis estudadas.

Palavras-chave

Esclerose sistêmica, efeito Doppler, aterosclerose

References

Hummers LK, Wigley FM. Scleroderma. Current rheumatology: diagnosis and treatment. 2004:189-97.

Collier DH. Esclerose sistêmica. Segredos em reumatologia. 2000:160-8.

Sampaio-Barros PD, Andrade LEC. GEPRO: do sonho à realidade. Rev Bras Reumatol.. 2004;44:11-2.

Youssef P, Brana T, Englert H, Bertouch J. Limited scleroderma is associated with increased prevalence of macrovascular disease. J Rheumatol.. 1995;22:469-72.

Taylor MH, McFadden JA, Bolster MB, Silver RM. Ulnar artery involvement in systemic sclerosis (scleroderma). J Rheumatol.. 2002;29:102-6.

Duque FLV, Mello NA. Trombogênese: Trombofilia. J Vasc Bras.. 2003;2:105-18.

Masi AT, Rodnan GP, Medsger Jr TA. Preliminary criteria for the classification of systemic sclerosis (scleroderma). Arthritis Rheum.. 1980;23:581-90.

Leroy EC, Black C, Fleischmajer R. Scleroderma (systemic sclerosis): classification, subsets and pathogenesis. J Rheumatol.. 1988;15:202-5.

Campbell PM, Leroy EC. Pathogenesis of systemic sclerosis: a vascular hypotesis. Semin Arthritis Rheum.. 1975;4:351-68.

Wan MC, Moore T, Hollis S, Herrick AL. Ankle brachial pressure index in systemic sclerosis: influence of disease subtype and anticentromere antibody. Rheumatology. 2001;40:1102-5.

Furey NL, Schmid FR, Kwaan HC, Friederici HH. Arterial thrombosis in scleroderma. Br J Dermatol.. 1975;93:683-93.

Dorevitch MI, Clemens LE, Webb JB. Lower limb amputation secondary to large vessel involvement in scleroderma. Br J Rheumatol.. 1988;27:403-6.

Sella EMC, Bazílio AP, Yoshinari NH. Oclusão de grandes vasos em esclerodermia: relato de caso. Rev Bras Reumatol.. 1998;38:245-8.

LeRoy EC. Systemic sclerosis: a vascular perspective. Rheum Dis Clin North Am.. 1996;22:675-94.

Herrick AL. Vascular function in systemic sclerosis. Curr Opin Rheumatol.. 2000;12:527-33.

Kahaleh MB, LeRoy EC. Autoimmunity and vascular involvement in systemic sclerosis (SSc). Autoimmunity. 1999;31:195-214.

Distler JH, Kalden JR, Gray S, Distler O. [Vascular changes in the pathogenesis of systemic sclerosis]. Z Rheumatol.. 2004;63:446-50.

Distler JH, Gay S, Distler O. Angiogenesis and vasculogenesis in systemic sclerosis. Rheumatology. 2006;45(^s3):iii26-7.

Cheng KS, Tiwari A, Boutin A. Carotid and femoral arterial wall mechanics in scleroderma. Rheumatology (Oxford). 2003;42:1299-305.

Leroy EC, Medsger TA Jr. Raynaud's phenomenon: a proposal for classification. Clin Exp Rheumatol.. 1992;10:485-8.

Prescott RJ, Freemont AJ, Jones CJ, Hoyland J, Fielding P. Sequential dermal microvascular and perivascular changes in the development of scleroderma. J Pathol.. 1992;166:255-63.

Kayser C, Andrade LEC. Ausência de correlação entre as alterações morfológicas e bioquímicas na microcirculação de pacientes com esclerose sistêmica. Rev Bras Reumatol.. 2004;44:12-8.

Bredemeier M, Xavier RM, Capobianco KG. Capilaroscopia periungueal pode sugerir atividade de doença pulmonar na esclerose sistêmica. Rev Bras Reumatol.. 2004;44:19-30.

Clark S, Campbell F, Moore T, Jayson MI, King TA, Herrick AL. Laser Doppler imaging: a new technique for quantifying microcirculatory flow in patients with primary Raynaud's phenomenon and systemic sclerosis. Microvasc Res.. 1999;57:284-91.

Stafford L, Englert H, Gover SJ, Bertouch J. Distribution of macrovascular disease in scleroderma. Ann Rheum Dis.. 1998;57:476-9.

Ho M, Veale D, Eastmond C, Nuki G, Belch J. Macrovascular disease in systemic sclerosis. Ann Rheum Dis.. 2000;59:39-43.

Sampaio-Barros PD, Samara AM, Marques Neto JF. Estudo sobre as diferentes formas clínicas e escores cutâneos na esclerose sistêmica. Rev Bras Reumatol.. 2004;44:1-7.

Soares CJG, Cruz BA. Severe digital ischemia due to systemic sclerosis successfully treated with bosentan: case report. J Vasc Bras.. 2007;6:276-9.

Glasser SP, Arnett DK, Mc Veigh GE. Vascular compliance and cardiovascular disease: a risk factor or a marker?. Am J Hypertension.. 1997;10:1175-89.

Dedola M, Godoi E, Coppe G. Risk factors management in 5708 ambulatory patients suffering from peripheral vascular disease followed in urban practices. Arch Mal Coeur Vaiss.. 2005;98:1177-8.

Marchand G. Epidémiologie et facteurs de risque de l'artériopathie oblitérante des membres inférieurs. Ann Cardiol Angéiol.. 2000;150:119-27.

Maffei FHA, Lastória S, Yoshida WB. Diagnóstico clínico das doenças arteriais periféricas. Doenças vasculares periféricas. 2002:287-305.

Olin JW. Management of patients with intermittent claudication. Int J Clin Pract.. 2002;5:687-93.

Veale DJ, Collidge TA, Belch JJ. Increased prevalence of symptomatic macrovascular disease in systemic scleorsis. Ann Rheum Dis.. 1995;54:853-5.

Leger P, Boccalon H. Bilan d'une artériopathie des members inférieurs (AMI). Guide pratique des maladies vasculaires. 2001:13-38.

Dormandy JA, Rutherford RB. Management of peripheral arterial disease (PAD): TASC Working Group. TransAtlantic Inter-Society Consensus (TASC). J Vasc Surg.. 2000;31(1^s2):S1-296.

Kodera M, Hayakawa I, Komura K. Anti-lipoprotein lipase antibody in systemic sclerosis: association with elevated serum triglyceride concentrations. J Rheumatol.. 2005;32:629-36.

Lippi G, Caramaschi P, Montagnana M, Salvagno GL, Volpe A, Guidi G. Lipoprotein(a) and the lipid profile in patients with systemic sclerosis. Clin Chim Acta.. 2006;364:345-8.

Fowkes FG, Housley E, Cawood EH, Macintyre CC, Ruckley CV, Prescott RJ. Edinburgh artery study: prevalence of asymptomatic and symptomatic peripheral arterial disease in the general population. Int J Epidemiol.. 1991;20:384-92.

Rose GA. The diagnosis of ischaemic heart pain and intermittent claudication in field surveys. Bull World Health Organ.. 1962;27:645-58.

Spácil J, Spácabilová J. The ankle-brachial blood pressure index as a risk indicator of generalized atherosclerosis. Semin Vasc Med.. 2002;2:441-5.

Atsma F, Bartelink M-LEL, Grobbee DE. Best reproducibility of the ankle-arm index was calculated using Doppler and dividing highest ankle pressure by highest arm pressure. J Clin Epidemiol.. 2005;58:1282-8.

Feinberg RL, Gregory RT, Wheeler JR. The ischemic window: A method for the objective quantitation of the training effect in exercise therapy for intermittent claudication. J Vasc Surg.. 1992;16:244-50.

Salles-Cunha SX, Morais Filho D. Princípios básicos. Guia prático de ultra-sonografia vascular. 2007:1-15.

Hood DB, Brewer DJ. Eco Color Doppler dos membros. Doença vascular: abordagem multidisciplinar ao diagnóstico e tratamento. 2003:546-53.

Barros FS, Pontes SM. Doença carotídea aterosclerótica. Guia prático de ultra-sonografia vascular. 2007:17-37.

Bots ML, Evans GW, Riley WA, Grobbee DE. Carotid intima-media thickness measurements in intervention studies: design options, progression rates, and sample size considerations: a point of view. Stroke. 2003;34:2985-94.

Simon A, Gariepy J, Chiron G, Megnien JL, Levenson J. Intima-media thickness: a new tool for diagnosis and treatment of cardiovascular risk. J Hypertension. 2002;20:159-69.

Moura R. Angiografia por subtração digital. Doenças vasculares periféricas. 2002;1:384-98.

Aizenstein RI, Shamim D, Wilbur AC. Angioressonância magnética e angiotomografia computadorizada: cabeça e pescoço. Doença vascular: abordagem multidisciplinar ao diagnóstico e tratamento. 2003:125-43.

Chiou P, Anderson CM. Computed tomography, angiography and magnetic resonance angiography of the extracranial carotid arteries. MRI and CT of the cardiovascular system. 2005:538-60.

Marie I. Pathogenesis of scleroderma. Rev Prat.. 2002;52:1873-81.

Youssef PP, Englert H, Bertouch J. Large vessel occlusive disease in CREST and scleroderma. Ann Rheum Dis.. 1993;52:464-6.

Stücker M, Quinna S, Memmel U. Macroangiopathie of the upper extremities in progressive systemic sclerosis. Eur J Med Res.. 2000;5:295-302.

Dick EA, Aviv R, Francis I. Catheter angiography and angioplasty in patients with scleroderma. Br J Radiol.. 2001;74:1091-6.

Beyne-Rauzy O, Leger P, Godel A. Intima-media thickness evaluation in 45 systemic sclerosis compared to health subjects matched for sex and gender: [abstract]. The American College of Rheumatology National Scientific Meetings. 2004.

Leger P, Beyne-Rauzy O, Arista S. Macrovascular disease assessment in systemic sclerosis: results of a prospective case-control study [abstract]. The American College of Rheumatology National Scientific Meetings. 2004.

Olmedo JFJ, Rial R, Fuentes M, Morata C, López R, Serrano J. Raynauds phenomenon, systemic sclerosis, and macrovascular peripheral disease: [abstract]. The Annual European Congress of Rheumatology. 2006.

Hasegawa M, Nagai Y, Tamura A. Arteriographic evaluation of vascular changes of the extremities in patients with systemic sclerosis. Br J Dermatol.. 2006;155:1159-64.

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5ddfda7f0e8825b4284ce1d7 jvb Articles
Links & Downloads

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections